quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Sir Charithoughts: Pokémon - A Origem - Parte 1

SURPRESA!!!
O blog está com layout novo \\o// (todo mérito de meu amigo Vitório Aguilera) e um charithought que pode ser o que vocês esperando (ou talvez o que vocês sempre estiveram esperando, vai saber), mas era um projeto antigo que eu sempre adiava, até que a equipe da Pokémon Blast News me fez o convite irrecusável de lançar as Pokébolas em graminhas mais exuberantes e eu decidi fazer um texto especial para a ocasião - aproveitando também o momento fraquinho de XY. Mas fiquem calmos, vocês ainda terão o charithought de XY que vocês tanto amam o mais cedo o possível <3
Espero que gostem ^^
P.S.: devido à mudança do layout algumas coisas ainda vão ter que se ajeitadas, mas com o tempo a gente resolve tudo.

Pokémon – A Origem
Parte 1 de ???

Escrever este charithought é uma verdadeira viagem no tempo a um momento não tão distante assim. Desde oito de janeiro de 2013, quando o anúncio internacional de Pokémon X & Y foi feito numa edição especial do Nintendo Direct – o serviço de vídeo online utilizado pela Nintendo para fazer anúncios importantes referentes aos jogos lançados para seus consoles – os fãs de Pokémon não tiveram sossego. As novidades iam pipocando primeiro aos poucos e então aos montes e enquanto algumas eram esperadas, outras não pegaram todo mundo de surpresa (andar em diagonal!!!!!), como o surgimento das Mega Evoluções. Mas nem todas as surpresas foram relacionadas a jogos. Durante o evento Pokémon Game Show, realizado em Tóquio em agosto para promover os novos jogos, foi revelado que em outubro os fãs assistiriam a um especial chamado Pocket Monsters – The Origin, Pokémon – A Origem.

As primeiras imagens mostravam não Ash, mas o próprio Red e seu rival Green, e prometia uma abordagem mais fiel aos jogos Pokémon Red Version & Pokémon Green Version. Isso foi o bastante para animar muita gente e atrair a atenção não apenas dos fiéis fãs da franquia ao longo dos anos, mas também daqueles que há muito haviam desistindo de Pikachu e cia, mas ainda eram jogadores ferrenhos – ou ainda guardavam Red & Blue naquele lugarzinho especial no nosso coração reservado à nostalgia. Havia também expectativa de que Pocket Monsters – The Origin fosse uma nova série animada mais próxima do conceito original dos jogos, ou até mesmo uma há muito esperada adaptação do mangá Pokémon Special/ Adventures para correr em paralelo com a série clássica – nenhuma das duas uma ideia completamente absurda em um mundo onde Fullmetal Alchemist: Brotherhood, Dragon Ball Kai, a nova série de Hunter X Hunter e o sempre adiado novo anime de Sailor Moon existem.

Em particular pra mim, Pocket Monsters – The Origin representava uma nova chance de recomeçar. Como você pode ler aqui, aqui e aqui, eu detesto a série Best Wishes! do anime. Foi nessa época que eu meio que deixei meu blog de lado e não havia, na época, o MENOR sinal de que Pokémon XY acabaria tendo um começo tão bacana! Logo, a possibilidade de uma nova série animada que resgatasse a franquia e a colocasse novamente numa posição interessante era algo muito animador. Mas logo foi revelado que se tratava apenas de um especial – o que foi bem broxante, já que seria impossível adaptar toda a história dos jogos em um episódio especial apenas –, mas então que seria um especial de pouco mais de uma hora e meia – o que amenizou o broxamento, mas ainda não resolvia o problema. Enfim, 02 de outubro chegou e finalmente pudemos conferir Pocket Monsters – The Origin!

A aventura de Ash e seus amigos foi quase toda idealizada por um homem chamado Takeshi Shudo, e sua equipe. Já falecido, o sr. Shudo foi o responsável por Pokémon desde o primeiro episódio até metade da fase Johto. Foi a equipe de Shudo que ficou responsável por primeiro adaptar as ideias de Satoshi Tajiri para os jogos Red & Green em um anime. Takeshi Shudo e seus colegas então decidiram que o objetivo principal da jornada de Ash não seria completar a Pokédex, mas se tornar um Mestre Pokémon, e que ele teria dois Líderes de Ginásio como seus companheiros de jornada, e que os Pokémon, em sua maioria, emitiriam sons que fossem basicamente repetições de seus próprios nomes, e que as Pokébolas não quebrariam quando falhassem em capturar um Pokémon, e que a trama da Equipe Rocket não seria seguida à risca para dar foco ao rico trio Jessie, James e Meowth, entre outras coisas. E é esta visão de Takeshi Shudo que ainda hoje perdura por todos esses anos no anime.

A primeira coisa que você precisa saber sobre Pokémon – A Origem é que cada “salvamento” (file) foi realizado por uma equipe completamente diferente da série original e isso se estende a basicamente TUDO neles: a animação, a trilha sonora, os roteiros, TUDO foi feito por um grupo diferente daquele que trabalha no anime tradicional há mais de 16 anos! Isto é um dos maiores trunfos do especial, porque nos permite ver uma série animada de Pokémon sob uma perspectiva diferente, algo que as diversas séries em mangá da franquia sempre proporcionaram aos seus leitores (Pokémon Adventures/ Pocket Monsters Special é apenas uma entre muitas séries em mangá sobre os monstros de bolso lançadas todos os anos no Japão). Além do mais, por mais que a série clássica de Pokémon seja imensamente popular entre os fãs do anime, quem nunca sonhou em ver sua própria aventura em Kanto ganhar vida?

Salvamento 1: Red

Logo no primeiro salvamento, “Red”, dá pra ver que essas diferentes equipes de produção tentaram ao máximo se distanciar da visão de Takeshi Shudo para o anime e criar sua própria versão para Pokémon, procurando focar exclusivamente nos jogos – vale dizer aqui, porém, que o especial acaba sendo mais uma adaptação dos fidelíssimos remakes de 2004, Pokémon FireRed Version e Pokémon LeafGreen Version, do que dos Red & Green originais de 1996. Esta grande fidelidade aos jogos acaba sendo um dos grandes trunfos do especial. Há, por exemplo, uma quantidade imensa de falas extraídas dos próprios jogos e transplantados para o especial de forma mais fluida. Tais diálogos evocam uma nostalgia incrível e até se torna parte da experiência identificá-los e tentar lembrar quando ou quem disse tal frase nos jogos. É ótimo também ver elementos que fazem parte de nossa jornada como Trainers nos jogos e que por tanto tempo foram ignorados na série animada clássica sendo referidos, como a jornada para se pegar Pokémon lendários, o dilema da Safari Zone, e, em especial, as TMs e HMs – embora o preço em dinheiro que se paga quando se perde uma batalha ainda tenha sido deixado de lado.

Existem umas decisões interessantes também. As Pokébolas, por exemplo, parecem ter sido algo em que eles tiveram um pouco dificuldade sobre que animação deviam seguir: ora parecia mais o estilo clássico dos jogos originais com fumacinhas e tal – como quando Eevee sai da Pokébola do Prof. Oak –, mas em outros momentos parecia seguir o estilo do anime com o raio para lançar e chamar o Pokémon de volta. (Vale lembrar que originalmente as Pokébolas se repartiam ao meio para capturar e liberar os Pokémon, mas isso mudou por influência do anime). Outra decisão interessante foi em relação às enfermeiras dos Centros Pokémon. Enquanto nos jogos, elas tendem a ficar mais parecidas com as Enfermeiras Joy do anime clássico a cada novo jogo, em Pokémon – A Origem elas são bem diferentes, tanto das enfermeiras do anime como umas das outras. Uma delas inclusive parece ser inspirada numa carta de TCG ilustrada por Ken Sugimori. Vale também observar como Pallet Town é bem maior do que sua contraparte nos jogos ou no anime protagonizado por Ash.

A história você já conhece de cor: Red e Green (Blue na versão americana), dois meninos de Pallet Town – que aparentam ter mais de dez anos, a propósito –, são convocados pelo renomado Prof. Oak para completar a Pokédex, uma enciclopédia Pokémon na qual o professor vem trabalhando há anos. Para fazer isso, eles recebem cada um Pokémon inicial – Charmander para Red e Squirtle para Green – e devem usá-los para capturar Pokémon para, desta forma, seus dados serem automaticamente inscritos na Pokédex. Apesar de o começo da jornada de um Treinador seja algo recorrente no anime clássico, o especial se diferencia ao estabelecer o objetivo principal de Red como sendo completar a Pokédex para o Prof. Oak; vencer batalhas é apenas um meio para alcançar esse sonho.

O foco deste primeiro salvamento, como o próprio nome entrega, é Red. Todo o desenvolvimento dele é feito basicamente aqui. Vemos como ele aprende a pegar Pokémon, que roubar é errado =P e ainda como batalhar, tendo o Gym Leader Brock como seu mentor. Devido ao fato de o especial ter que cobrir toda a história dos jogos Red, Green & Blue em apenas uma hora e meia, o personagem Red acabou tendo que ser bastante simplificado – apesar de os jogos darem praticamente nenhuma informação sobre sua personalidade – em um garoto desastrado determinado e com talento, nada muito distante do típico modelo de herói shonen. Entretanto, Red acaba sendo bem mais fácil de se relacionar que Ash, por exemplo, – especialmente se você jogou Red & Blue ou FireRed & LeafGreen justamente devido à grande semelhança de sua jornada – com as devidas licenças poéticas – com a nossa própria.

Um ponto de Red que me conflita é sua habilidade em batalha porque, verdade seja dita, ele não demonstra ser inteligente e esperto como Red em Pokémon Adventures ou mesmo criativo como Ash demonstrou ao longo dos anos. O que ele basicamente faz é mandar seus Pokémon atacarem e enquanto vemos ele aprendendo sobre a questão dos diferentes Types, – coisa que ele parece e ao mesmo tempo não parece ter dominado ele não é visto usando nenhum tipo de estratégia especificamente. Ao longo de todo o especial (talvez por que estratégia não fosse mesmo o forte nas batalhas em Red & Blue), as batalhas se mantém dentro do padrão dos jogos em que um Pokémon lança ataques no outro, sem as variáveis que as tornaram tão diferentes no anime – mesmo os movimentos de evasiva não são comandados pelos Trainers, mas sim feitos pelos próprios Pokémon de forma independente e não há criatividade nas estratégias. Ainda assim as batalhas são de tirar o fôlego graças à animação inspirada de todos os quatro salvamentos. Os diretores de animação abusam de efeitos belíssimos, ângulos e movimentos de câmera incríveis e movimentos riquíssimos para transformar o mais simples String Shot num momento emocionante – isso não pode ser tão percebido neste primeiro salvamento como no quarto.

Para aumentar a proximidade com os jogos, o especial também faz uso de contadores de HP, mas enquanto inicialmente eles são usados de forma coerente, ainda no final da primeira batalha em Pewter City Gym, há o momento em que o Scratch de Charmander de Red causa um dano exagerado no Onix de Brock – repare como tira muito mais dano do Onix do que tirara do Geodude no começo do episódio, uma incoerência que teria sido facilmente evitada se tivessem permitido que um dos Pokémon de Red tivesse usado Leer em Onix. Mas agora, vou parar por aqui porque já temos quase três páginas de texto e tanto você leitor quanto eu precisamos dar uma pausa – não quero ficar com LER, afinal. Aguarde – não muito tempo, prometo – pela continuação deste charithought sobre Pokémon – A Origem.

Imagens: tumblr.com e bulbapedia.bulbagarden.net

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